Anne, uma orfã do século XIX, chega à Ilha do Príncipe Eduardo e traz vida ao que estava morto. Como uma vela, a ruiva ilumina as pessoas que a recebem (lá, seus novos pais e, aqui, seus telespectadores). Conforme assistimos aos capítulos, partes mortas de nós vão voltando à vida. Somos iluminados por uma infância-adolescencia – embora incomum – semelhante em muitos aspectos à nossa. Se me pedissem para resumir a personagem principal, eu diria: uma menina extremamente irritante, mas que, de algum modo, é como um rio que não para de jorrar vida. O romance narra uma infância-adolescencia de pontos universais, onde nosso interior é remexido e nosso passado recordado. Através de Anne, lembramos das nossas primeiras amizades, das risadas bobas da infância, dos dramas existenciais adolescentes, das brigas desproporcionais, das reconciliações fáceis, dos amores romantizados, da contemplação das nuvens, das milhares de profissões que teríamos. Quem não sente falta disso? O romance...