É quando diminuímos que aumentamos. Essa paráfrase do texto sagrado me impõe uma reflexão urgente: para quem é tal fórmula? Lembro-me da frustração daquele jovem, rico, quando ouviu as sagradas palavras: abre mão de tudo e vem comigo; ele pensou: cumprir alguns mandamentos, ok, mas abrir mão de tudo? E voltou para casa, com a fórmula ao avesso: aumentado, porém atrofiado. Por outro lado, também lembro daquela moça, pobre, de pais Joaquim e Ana, que fora visitada pelo anjo de Deus. A sagrada criatura anuncia o convite divino – uma verdadeira enrascada – que pega a moça quase desprevenida, porém, ainda se recompondo de tal susto, e ao contrário do jovem, a moça, estranhamente, aceita. Ninguém aceitaria convite tão absurdo, mas, pasme, ela aceitou. Ocorre que o jovem, rico, não se deixou diminuir e provavelmente viveu toda a sua vida de maneira confortável. A moça, pobre, tomou o caminho contrário, se deixou diminuir e – sabemos – viveu uma vida absolutamente des...
A gente sempre acha que as coisas “vão acontecer”, que as oportunidades vão rolar, que magicamente as portas vão se abrir, que, à medida que o tempo passar, as coisas vão melhorar, mas, na real, não é bem assim que acontece. Isso é apenas uma fantasia infantil, uma ilusão que a gente cria para fazer um carinho na nossa própria consciência. A real é que as coisas podem sim dar errado. E se essa declaração te dói é porque você ainda não amadureceu muito. Há alguns anos, cinco ou seis, venho me esforçando para ser melhor. Melhor em vários âmbitos da vida. Há dois anos, eu posso dizer que o nível subiu, as dificuldades aumentaram. À medida que eu avancei na minha jornada, o espaço se afunilou. Muitas responsabilidades. Muito peso. Muito risco. Vejo, hoje, muita gente vivendo uma vida diferente da minha. Diferente no sentido de que elas sentem medo – assim como eu –, mas não ousam avançar. De fato, é muito desconfortável sair do lugar que você se acostumou a estar. Eu pas...