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Agni Parthene


Noite densa
Temor forte
Alma sedenta
Doce morte

Luz apagada
Vazio último
Bruma pesada
Dom litúrgico

Cidade fluída
Rebento choroso
Lágrima ruída
Ombro doloroso

Literato nos fossos
De nada entendia
Como fogo nos ossos
Dúbia revelia

Expectativa medrosa
Fogueira solitária
Desesperança formosa
Praia celibatária

Um espanto de alegria e medo
O medo de não conseguir crer
No interior do Divino Enredo
Alegria por re-escolher

Com um esforço duvidável
A alma gritante em mazela
Da perdição incomparável
Ao resgate amoroso dela

Pasme: o lume cantara!
Os sentidos duvidara
Belíssima Formosura
Coroadíssima Brasa

Zaragoza, Prouille
Siena, Lourdes e Fátima
Novos cristos sublimes
Eu, num mangue, uma lástima

- Dobro-me, Venerável!

Senhora do Mundo
Imaculada Flor
Boa Mãe do Caminho
Doce Porto do Amor

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. Muitos erros cometi Crendo ter encontrado lá Muitos erros eu cometi Crendo ver já Confundi os sentidos Com a própria Presença Confundi os amigos Com a própria Crença Confundi lugares Permiti o adeus Confundi lares Com a presença de Deus A irmã solidão me encontrou Tive acesso a um miserável coxo Dentro, Este me falou É só estética, é só gosto Os sentidos confundi Tentei voltar Muitos erros, regredi Corri até lá O passado, o calar A permissão, o adeus Finalmente, verbalizar: Confundi, Deus